quarta-feira, 29 de abril de 2020

Língua portuguesa- 8º A- Profª. Natália


Gênero “Artigo de Opinião”
Imigrantes devem ser bem-vindos
O Brasil é um país fechado. Em 1920, 5,1% de sua população era composta por imigrantes. Foi durante o governo de Getúlio Vargas que o Brasil se isolou, e hoje tal percentual é de apenas 0,9%. Já países como Estados Unidos e Austrália possuem, respectivamente, 14% e 28% de estrangeiros.
Também estamos em situação pior do que a do Japão. Outrora bastante restrito à imigração, o país recentemente mudou sua orientação e alcançou 1,6% de estrangeiros em 2016.
A nova Lei de Migração despertou temores de uma abertura irresponsável das fronteiras brasileiras e uma invasão estrangeira. Nada mais incorreto. Nem a lei é excessivamente liberal, nem há hordas aguardando nas nossas fronteiras.
Essa distância entre mito e realidade ficou evidente em uma pesquisa recente: brasileiros supõem que 18% da população carcerária nacional seja composta de estrangeiros. O número verdadeiro é 0,4%. Talvez motivados pelo noticiário internacional, muitos imaginam que nosso país estaria ameaçado por uma nova onda imigratória. Infelizmente não temos esse “problema”.
Devo lembrar que não estamos em um país rico, pacífico e com um Estado de bem-estar generoso? Estamos no Brasil. Tal como no passado, os migrantes que aqui entrarem terão que enfrentar os mesmos desafios do brasileiro, sem contar os problemas de adaptação usuais dos recém-chegados.
Os contrários à imigração argumentam que os novos migrantes seriam totalmente diferentes dos chegados há um século atrás. Essa xenofobia mal disfarçada repete velhos argumentos. Os japoneses eram indesejados no começo do século 20, tanto que o Brasil só foi seu destino porque um acordo entre o Japão e os EUA em 1907 praticamente proibiu a entrada de nipônicos.
No mesmo sentido, aqui houve aqueles que temiam a formação de “quistos étnicos” de imigrantes alemães. Além de moralmente errado, não passa de fantasia a crença de que o governo é hábil para escolher os países mais apropriados de origem dos imigrantes.
O melhor que podemos fazer para os imigrantes é facilitar a sua inserção. Como a capacidade institucional e financeira do Estado brasileiro em prover auxílio ativo aos
 estrangeiros é bastante limitada, não cabe – tal como ocorreu no passado – subsidiar a sua vinda.
Basta não atrapalhar ou, realisticamente, atrapalhar o mínimo possível. Ou seja, respeitando a Lei de Migração, devemos reduzir controles, autorizações e burocracias que só dificultam a vida dos bem-intencionados e não impedem a entrada dos pouquíssimos mal-intencionados.
Quanto mais fácil for aos recém-chegados cumprirem os terríveis passos para entrarem no mercado de trabalho formal, ou abrirem empresas, mais benéfica será a imigração para o país de destino.
O número de empregos no Brasil não é fixo. Imigrantes trabalham, mas também consomem. Além disso, eles trazem consigo novas habilidades e conhecimentos que, combinados com fatores locais, promovem crescimento econômico. Não é necessário estudar a história para verificar esse fato.
Basta conhecer as metrópoles mundiais, como Londres, Nova York ou mesmo São Paulo, para perceber que nelas pessoas de todas as línguas, cores e religiões para lá se deslocam em busca de um futuro melhor. Barreiras à imigração combinam mais com varguistas e estatistas do que com os verdadeiros amantes da liberdade.

Leonardo Monasterio é pesquisador do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), professor de Economia na Universidade Católica de Brasília e filho de imigrante boliviano.
Leonardo Monasterio. A nova lei de migração traz riscos ao Brasil? Não. Folha de S. Paulo, São Paulo, 23 dez. 2017. (Opinião – Tendências/Debates).

Leia o texto e responda as questões abaixo

1) Releia os dois primeiros parágrafos.
 a) O que significa, no contexto, ser um “país fechado”?
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b) A declaração inicial de que o Brasil é um país fechado foi comprovada? Justifique sua resposta.
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c) Com que intenção o exemplo japonês foi destacado no processo de argumentação?
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2) No quarto e no quinto parágrafos o autor contesta o posicionamento daqueles que são contrários à imigração.
a)    Segundo o texto, qual seria o principal equívoco desse grupo?
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b)    Qual elemento é citado para comprovar que se trata de um equívoco?
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c) O artigo cita uma pesquisa recente sobre a população carcerária do Brasil. Como esse dado se relaciona à argumentação que está sendo feita?
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3) No sexto parágrafo, o artigo inicia a retomada de alguns dados históricos. Por que a palavra xenofobia foi usada nesse contexto? O que ela significa?________________________________________________________________

4) A partir do oitavo parágrafo, o artigo passa a falar da aplicação da Lei de Migração.

a)  Segundo Leonardo Monasterio, como o Estado brasileiro deveria agir?
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b)  O que o articulista espera como resultado dessas ações?____________________________________________________________

c) O articulista menciona a possível chegada de “pouquíssimos mal--intencionados”. Por que essa referência pode ser considerada parte de uma contra-argumentação?
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5) Analise, agora, a organização dos dados no texto.

a)           O artigo pode ser dividido em cinco grandes partes: parágrafos 1 e 2; 3 a 5; 6 e 7; 8 a 10; 11 e 12. Nomeie cada parte de modo a explicitar seu conteúdo.
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b)     Que tipo de informação o articulista optou por deixar na conclusão do texto?
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 c) Na sua opinião, a presença desse tipo de informação na conclusão favorece o convencimento do leitor acerca do ponto de vista defendido pelo autor?
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Como funciona um artigo de opinião?
Agora, você vai responder a mais algumas questões para refletir sobre o gênero do texto.
1) O que predomina no artigo de opinião lido: narrativa de fatos, instruções para resolver o problema ou argumentos para provar uma ideia?
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2) Os artigos de opinião frequentemente dialogam com os fatos mais recentes, que são relatados nas notícias que circulam na mídia. Qual fato motivou a escrita desse artigo?
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3) Na esfera jornalística, são frequentes os textos sem assinatura, principalmente em relação às notícias. Os artigos, pelo contrário, são sempre assinados.
 a) Por que a identificação do autor é importante?
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 b) Veja como, após a assinatura, o autor Leonardo Monasterio é apresentado. Na sua opinião, por que foi informada a origem dos pais do articulista?
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4 ) O jornal Folha de S.Paulo publicou esse artigo em uma seção de debates em que dois articulistas são convidados a responder a uma pergunta. No caso, essa pergunta foi: A nova Lei de Migração traz riscos ao Brasil?
 a) Leonardo Monasterio respondeu “sim” ou “não” à pergunta? Justifique.
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 b) Os artigos de opinião apresentam uma tese. Em que parte do texto ela foi declarada?
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 c) O artigo consegue mostrar que essa tese é válida? Justifique sua resposta.
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